Interior

Poeta dos trópicos, tua sala de jantar
é simples e modesta como um tranqüilo pomar;



no aquário transparente, cheio de água limosa,
nadam peixes vermelhos, dourados e cor de rosa;



entra pelas verdes venezianas uma poeira luminosa,
uma poeira de sol, trêmula e silenciosa,



uma poeira de luz que aumenta a solidão.



Abre a tua janela de par em par. Lá fora, sob o céu de verão,
Todas as árvores estão cantando! Cada folha
é um pássaro, cada folha é uma cigarra, cada folha é um som...
O ar das chácaras cheira a capim melado,
a ervas pisadas, a baunilha, a mato quente e abafado.



Poeta dos trópicos,
dá-me no teu copo de vidro colorido um gole d'água.
(Como é linda a paisagem no cristal de um copo d'água!)

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