Na Tasca

Dentro, na esconsa mesa onde fervia
Fulvo enxame de moscas sussurrantes
Num raio escasso e tremulo do dia
Espanejando as azas faiscantes.
Vi-o; bêbado estava e, inebriantes
E capitosos vinhos mais bebia,
Em tédio, como os fartos ruminantes
A boca larga e estúpida movia.
Eu pensativo, eu pálido, eu descrente,
Aproximei-me do ébrio, com tristeza,
Sem ele quase o pressentir sequer,
E vi seu dedo, aos poucos, lentamente
No vinho esparso que ensopava a mesa
Ir escrevendo um nome de mulher.

Rate this poem: 

Reviews

No reviews yet.