O coveiro

Uma tarde de abril suave e pura
Visitava eu somente ao derradeiro
Lar; tinha ido ver a sepultura
De um ente caro, amigo verdadeiro.


Lá encontrei um pálido coveiro
Com a cabeça para o chão pendida;
Eu senti a minh'alma entristecida
E interroguei-o: 'Eterno companheiro


Da morte, que matou-te o coração?'
Ele apontou para uma cruz no chão,
Ali jazia o seu amor primeiro!


Depois, tomando a enxada gravemente,
Balbuciou, sorrindo tristemente: -
'Ai! Foi por isso que me fiz coveiro!'

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