Soneto III

Geme, geme, mortal infortunado,

É fado teu gemer continuamente:

Perante as leis do Fado és delinqüente,

Sempre tirano algoz terás no Fado.



Mas para não ser mais envenenado

O fel que essa alma bebe, e o mal que sente,

Não te iluda o falaz riso aparente

De um futuro de rosas coroado.



Só males o presente te afiança:

Encrustado de vermes charco imundo

Se te volve o passado na lembrança.



Busca, pois, o da morte ermo profundo:

Despedaça a grinalda da esperança:

Crava os olhos na campa, e deixa o mundo.






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