Oh! ter vinte anos sem gozar de leve 
A ventura de uma alma de donzela! 
E sem na vida ter sentido nunca 
Na suave atração de um róseo corpo 
Meus olhos turvas se fechar de gozo! 
Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas 
Passam tantas visões sobre meu peito! 
Palor de febre meu semblante cobre, 
Bate meu coração com tanto fogo! 
Um doce nome os lábios meus suspiram, 
Um nome de mulher . . e vejo lânguida 
No véu suave de amorosas sombras 
Seminua, abatida, a mão no seio, 
Perfumada visão romper a nuvem, 
Sentar?se junto a mim, nas minhas pálpebras 
O alento fresco e leve como a vida 
Passar delicioso. . . Que delírios! 
Acordo palpitante . . inda a procuro; 
Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas 
Banham meus olhos, e suspiro e gemo. . . 
Imploro uma ilusão. . . tudo é silêncio! 
Só o leito deserto, a sala muda! 
Amorosa visão, mulher dos sonhos, 
Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto! 
Nunca virás iluminar meu peito 
Com um raio de luz desses teus olhos?